domingo, 5 de setembro de 2010

ESCOLA DE LACAN

O cartel é uma invenção de Lacan que visa manter na Escola um trabalho permanente de investigação em relação à psicanálise. É uma modalidade de trabalho juntando-se com interesse comum, o que você quer aprender com outras pessoas.

O trabalho será executado em pequenos grupos, quatro sendo a medida certa, mais uma, cinco no máximo, sendo um trabalho coletivo e direcionado a Escola, é escolhido um tema, cada membro investiga uma determinada parte e assim constituindo um produto. As reuniões se realizam com um ritmo que se decide entre os membros chamados ‘cartelizantes’.

“(...) Os cartelizantes são tanto aqueles que praticam a psicanálise como qualquer um que deseje estudá-la. O que une os membros de um cartel é terem interesse pela investigação de um tema comum. Cada cartelizante delimitará uma questão que se agrega a esse tema comum de onde advém o título do cartel (...)” MACÊDO.

Dentro do grupo a função do MAIS UM, deverá estimular o trabalho dos cartelizantes, motivando assim, a elaboração dos trabalhos favorecendo a exposição dos produtos do cartel, sendo os mesmos expostos nas jornadas de cartéis.

O cartel visa um “(...) produto coletivo é o que se espera ao final de um cartel. Com esse produto pretende-se que cada cartelizante possa constatar e transmitir o que foi tocado na sua relação com o saber analítico. Os produtos do cartel podem ser expostos em espaços diversos da Escola, sendo a Jornada de Cartéis um momento privilegiado de se colocar a céu aberto as elaborações feitas a partir de tal dispositivo (...)” MACÊDO.

É dever do MAIS UM, inscrever o cartel junto a Escola através do site da EBP, preenchendo-se uma ficha on line, destacando os seguintes dados, entre eles, título do cartel, a data de constituição, os dados dos cartelizantes e do Mais-Um, assim como a escolha por uma das seis rubricas que define a orientação de trabalho daquele cartel.

O cartel se dissolve no prazo máximo de dois anos, dissolvendo-se também pelo desligamento, em qualquer tempo, de um de seus membros.

“(...) O cartel apresenta-se como uma ferramenta muito interessante para o estudo da transmissão de ensino por meio da educação aberta e a distância (...)”MURTA. Portanto, esta modalidade assemelha-se ao cartel por ser um estudo em pequenos grupos e onde o tutor caminha lado a lado com o aluno.

Sendo assim, esta modalidade de ensino e aprendizagem tem uma proximidade e interferência no decorrer do atendimento, desta forma, faz com que o aluno possa tirar proveito aumentando seu conhecimento intelectual.

Esta Rede de ensino aprendizagem: estudantes, orientadores acadêmicos, especialistas, Instituição e organizadores, torna esta modalidade diferente, o medo do aluno com a tecnologia é grande, mas o papel do orientador acadêmico diante deste processo faz com que o aluno possa repensar na situação e que através do curso irá crescer profissionalmente, pois esta modalidade é de grandiosidade.

O material a ser estudado exige muito dos alunos, e o tempo para estudo será responsabilidade dos mesmos, é preciso romper com o processo ensinar e aprender, a aprendizagem depende do aluno, a busca do conhecimento é provocar no outro a possibilidade de aprender.

Na modalidade EAD faz com que o aluno reconheça que é capaz de aprender de maneira autônoma, tirando suas próprias conclusões e escolhendo seu caminho, os alunos podem aprender sem ter de se submeter à autoridade e ao controle do professor e da instituição escolar.

(...) A produção de conteúdo é uma tarefa de cada um dos atores envolvidos no processo de aprendizagem. Desse modo, os alunos que trabalham na modalidade EAD participam da produção de conteúdo a partir dos princípios próprios dessa modalidade, ou seja, a aprendizagem coletiva em rede e a participação do aluno como transformador e autor do conteúdo.



Referência bibliográfica


[1]Cf. Lacan, J. “Ato de fundação”. Em: Outros Escritos. Rio de Janeiro: JZE, 2003.
[2]Lacan, J. D’écolage, 11 de março de 1980.

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