De acordo com o texto sobre o filósofo Sócrates, pude observar como era importante a sua maneira de induzir as pessoas a pensarem.
A preocupação do Homem com o ensinar e o aprender existe desde a Antigüidade Clássica, com os filósofos gregos. Assim, escolhemos como ponto de reflexão inicial para o nosso curso a orientação filosófica, em particular a que se refere à transmissão de saber iniciada por Sócrates.
A reflexão sobre o paradoxo pode nos trazer elementos para abordarmos a metodologia EAD, na medida em que tal metodologia apresenta uma proposta educativa que se afasta contemplada do ensino tradicional. Na EAD, o professor assume uma postura diferenciada. Uma das funções desse novo tipo de professor é de não entrar na relação com o aluno como aquele que possui o saber.
Aquele que possuía, o sábio, na Antigüidade era denominado Sofista. Os sofistas se posicionaram como detentores do saber. Contudo se comprometem não com a verdade, mais sim com a opinião. Em seus discursos, os sofistas apóiam-se sobre julgamentos de valor comuns, com o objetivo de criar sobre eles um consenso e gerar adesão – os termos são: consenso e adesão.
Os Sofistas foram os nossos primeiros professores. Fazendo uma analogia com o modelo contemporâneo, a transmissão do saber sofístico correspondia ao modelo da conferência e da assembléia. Os Sofistas eram os conferencistas. Procuravam provocar reações prazerosas nos espectadores, utilizando técnicas de sedução a fim de transmitir conhecimentos. Ao contrário do que propõe Sócrates, o discurso sofístico se apóia na presença do orador para induzir o espectador, por meio de sugestão, à reprodução do pensamento.
Em contrapartida, para que seu interlocutor elaborasse seu próprio conhecimento, Sócrates se servia do diálogo. Ele não trabalhava com grandes assembléias, mas com pequenos grupos, em geral um de cada vez. No momento em que o interlocutor assimilava o conhecimento, o diálogo terminava. Esse método, denominado Maiêutica, era dividido em três momentos. Partia de uma negativa, com Sócrates dizendo nada saber; num segundo momento, utilizando-se da ironia, questionava o conhecimento do seu interlocutor para que, enfim, este pudesse produzir um novo saber.
No nosso entender, a metodologia EAD se aproxima da postura de Sócrates e se distancia da postura dos Sofistas. O Aluno em AED tem que estar, sempre, se dispondo a aprender.
Para Sócrates, todos detêm o saber, mas então distanciados deste. Seu trabalho, então, consiste em reaproximá-los desse saber. Temos acesso ao saber por meio de reminiscências, que retomam um saber inato. A forma como isso acontece é própria de cada indivíduo. Se compararmos a postura de Sócrates ao processo de aprendizagem na EAD, podemos deduzir que o trabalho do professor seja apenas fazer com que o aprendiz retome a verdade da qual se afastou por conhecimento.
Orientação de estudos
Planejamento
Devemos lembrar que, este módulo, tem a carga horária de 10 horas, no conjunto de uma disciplina de 30 horas/aula. O modo mais apropriado para distribuir o tempo de trabalho, necessário para o acompanhamento do módulo, se acomoda dentro de uma semana, com duas horas de estudos diários. O aluno poderá trabalhar dentro do tempo que lhe dor mais apropriado em sua rotina diária. No entanto, lembramos que a disciplina será disponibilizada para ser trabalhada em três semanas e, independentemente do modo como o aluno decida organizar seu tempo, ao final das três semanas, deverá se submeter a uma avaliação presencial de conteúdo.
“É o mesmo homem que pertence o dizer com retitude aquilo que se deve, e de contradizer aqueles que blasfemam Helena, mulher que parece, em uma só voz e em uma só crença dos auditores dos poetas e o barulho de um que porta memória de infelicidades. Eu, de minha parte, quero, dando lógica ao discurso, fazer cessar a acusação contra aquela da qual se pensa tanto mal, demonstrar que os blasfemadores se enganam mostrar a verdade e colocar um fim na ignorância”.
O prazer causado no espectador, um dos elementos básicos do discurso sofístico, tem, como fundamento, a emoção. Quanto mais emoção, mais sujeição à sugestão. A sugestão é induzida pela figura do orador; um orador carismático pode sugestionar multidões. Assim, partindo dessa premissa, o sofista trabalha com a presença do orador e com o prazer que seu discurso pode despertar em seus espectadores – apoiando-se na opinião e nos jogos de linguagem.
Ao amparar sua ação a partir de jogos de linguagem, o sofista utiliza o logos, a palavra, com o objetivo claro de sugestionar o espectador a admitir o que ele, sofista, quer. Dessa forma, o espectador é induzido a reproduzir o logos sofístico e nada mais. O público é desse modo, seduzido pelas palavras de um eloqüente orador que pode sugerir o bem quiser a esse público receptor. Por conseguinte, sugestão e sedução apresentam-se profundamente ligadas – aquele que seduz pode sugerir.
Todo o aporia e as incertezas dos sofistas dependiam do fato de terem abordado os problemas do ser humano sem que tenham indagado de maneira adequada sobre a natureza ou a essência do homem.
A alma, para Sócrates, coincide com a nossa consciência pensante e operante. Com a nossa razão e com a sede da nossa atividade pensante e eticamente operante. Platão compreendeu e reafirmou, insistentemente, a superioridade de Sócrates sobre os sofistas, já que, para este, o valor supremo passa a ser o conhecimento, o que revoluciona a tradicional tábua de valores helênicos que os sofistas não conseguiram transformar.
“Conhece-te a ti mesmo.”
Em relação ao homem, Sócrates se preocupa com o homem virtuoso e com a necessidade do conhecimento. Em relação aos sofistas, Sócrates se preocupa com a relatividade do conhecimento, e a relação com a natureza dá-se na dimensão do que é útil.
É pensando no homem e na sociedade que Sócrates combate os sofistas, de acordo com sua proposição filosófica. Em se tratando de sociedade democrática, o resultado final de uma postura na qual quem “fala a seu favor” comanda, seria o fim da democracia e também da liberdade conquistada através do conhecimento racional.
A razão e a verdade em Sócrates
Para Sócrates, a busca pelo saber e pela verdade ensina os homens a serem verdadeiramente felizes
Assim procedia nas suas investidas visando propagar e expor o conhecimento filosófico: Em um primeiro momento, convidava o seu interlocutor para buscar o conhecimento verdadeiro;
Em um segundo momento, denominado Ironia, Sócrates investia no saber suposto pelo seu interlocutor;
Na primeira parte do seu método, ao se colocar em condições de igualdade com seu interlocutor, Sócrates inverte a postura dos sofistas, que têm como objetivo transmitir conhecimento. Os sofistas, que têm como objetivo transmitir conhecimento. Os sofistas partiam do pressuposto de que já possuíam o conhecimento a ser transmitido. Sócrates, ao se posicionar frente ao seu interlocutor, transforma o discurso sofístico de caráter mono lógico e inicia a possibilidade de diálogo. Não se considerando dono do saber, dialoga com seu interlocutor; não ensina, suscita dúvidas, sem oferecer respostas prontas.
“Sócrates: - Confesso-te que não sei nem se a virtude pode ser ensinada, nem se não pode; para dizer tudo, não sei nem sequer o que é a virtude”...
Menon: [...] é mesmo verdade, Sócrates, que ignoras o que seja virtude? [...] confesso, caro Sócrates, que não consigo encontrar essa virtude que procuras, essa virtude única, sempre a mesma, e não chego mesmo a concebê-la.
“Só sei que nada sei.”
“Conhece-te a ti mesmo.”
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